18 de abril, 2022, 2022 em Expresso por Miguel Prado
Mega-investimento de energia renovável será apresentado na próxima sexta-feira em Sines, com investimento holandês e dinamarquês para produzir hidrogénio e amoníaco verde.
Sines será o palco, na próxima sexta-feira, do lançamento de um mega-investimento em hidrogénio e amoníaco a produzir a partir de fontes renováveis, num projeto que atrairá um investimento total superior a 1,3 mil milhões de euros para Portugal, a cargo da empresa luso-holandesa Madoqua Ventures e com o apoio da dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners e da holandesa Power 2X.
O lançamento do projeto de produção de hidrogénio verde e amónia (ou amoníaco) verde na zona industrial e logística de Sines acontecerá na manhã de sexta-feira e marca o pontapé de partida de um projeto que, segundo o jornal digital “Eco”, dará um “contributo significativo” ao plano nacional do hidrogénio verde, servindo ainda para entregar amoníaco verde a compradores europeus dos setores da indústria e da agricultura.
A página da Madoqua Ventures, de resto, sintetiza os grandes números do projeto, estruturado em três investimentos, sendo dois deles em Sines e um terceiro na região Centro de Portugal, perto de Aveiro.
O projeto Madoqua H2, com um investimento de 400 milhões de euros, instalará em Sines uma capacidade de eletrólise de 500 megawatts (MW), que permitirá produzir anualmente 70 mil toneladas de hidrogénio verde, criando 500 empregos diretos e indiretos. Já o projeto Madoqua NH3 (a fórmula do amoníaco), também em Sines, prevê um investimento de 500 milhões de euros e 500 empregos diretos e indiretos. É outro projeto de base renovável, combinando hidrogénio verde e nitrogénio (ou azoto) para produzir amoníaco verder, componente essencial da indústria de fertilizantes.
E está ainda previsto para a região Centro um projeto de 450 milhões de euros, designado Madoqua Synfuels, a ligar ao Porto de Aveiro, que será uma instalação industrial de larga escala para a produção de combustíveis sintéticos, com uma capacidade de 180 mil toneladas por ano.
Na apresentação dos projetos previstos para Sines marcarão presença o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz, e o secretário de Estado da Energia, João Galamba, bem como as embaixadoras da Dinamarca em Portugal, Maria Trap, e dos Países Baixos, Catharina Maria Trooster.
Estes estão entre os maiores projetos de investimento a realizar em Sines nos próximos anos, a par dos mais de 600 milhões de euros que a Repsol está a aplicar no seu complexo petroquímico e dos 3,5 mil milhões de euros previstos para um mega centro de dados (projeto conhecido como Sines 4.0), entre outros projetos.
No início deste mês o presidente da Aicep Global Parques, Filipe Costa, revelava à TSF e Dinheiro Vivo que os projetos de investimento na calha para Sines ao longo da próxima década somam 17 mil milhões de euros.